Peanuts

Num sei não, mas eu me identifico por demais com o personagem de Charlie Brown ( que a propósito reina nos meus fins de semana) Num é que seja pessimismo, é apenas a interpretação de um realismo factual. Charlie Brown assim com eu (ou eu como ele) tinha tudo, todas as características para entrar na escola carregando uma metralhadora e virar celebridade no jornal nacional. Mas escolheu ficar assim, pensando na vida, questionando, um eterno infeliz. Se traçarmos um paralelo entre Charlie Brown e Snoopy por exemplo, temos duas personagens com características bem distintas: uma extremamente existencialista, na busca constante por si mesma  e outra completamente despida de consciência, buscando viver apenas o hoje da maneira mais interessante possível (Snoopy).Snoopy não sabe o nome de Charlie Brown, só o reconhece por ser “o garoto de cabeça redonda que leva comida para ele”. Snoopy representa a fantasia que “deveria” estar presente nas personagens que permeiam a tirinha e nos próprios seres humanos. (o Snoopy me lembra uma amiga chamada Talitha). Já Charlie Brown ainda não sabe o que está fazendo no mundo. E talvez seja isso o mais encantador na personagem. Constantemente em busca de si mesmo, se perde em dúvidas e pensamentos, mas não deixa de ser criança e algumas vezes ter espasmos de alegria ao sentir paixão por uma garota ruiva (freud explica por pintei meu cabelo de vermelho) ou quando consegue fazer algo superando suas próprias expectativas.A perspectiva dos problemas e reflexões que permeiam as tirinhas,é uma sacada genial do autor Charlie Schulz. As historias são cheias de elementos textuais, intertextuais e psicológico. Acho que todos, se um dia pararem para ler  as Peanuts, se reconhecerão em alguns dos complexos personagens da historinha. Vale a pena e ler e interpretar. Eu só gostaria de não ser tão reflexiva, e quem sabe mais feliz. 
Hoje, eu achei que meus pensamentos devaneando estavam me atrapalhando na ardua tarefa de concluir minha dissertação. Por isso ao sair da UFPA, fui a uma academia de Yoga(coisa que mami sempre me recomendou pelo meu stress constante) e amanhã vou a uma aula experimental. Se gostar, esse mês eu posso aprender a ser mais Zen. E aí quem sabe eu paro de me identificar como o sempre preocupado e reflexivo Charlie Brown. 

Comentários

Postagens mais visitadas