O paradoxo do nosso tempo


Nós bebemos demais, gastamos sem critérios.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Nós amamos raramente, e odiamos freqüentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver.
Adicionamos anos à nossa vida, e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas não cruzamos a rua pra encontrar um novo vizinho.

Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma;
Dominamos o átomo, mas não nosso preconceito;
Escrevemos mais, mas aprendemos menos;
Planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores, mas nos comunicamos cada vez menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta;
Tempo do homem grande de caráter pequeno; 
Dos lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. 
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis. Dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa. 
Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar em “delete”.


George Carlin - 1937 - 2008

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