Uma rápida histórinha...

Sabe cachorro vira-lata de rua, que de tanto apanhar anda por aí com o rabo entre as pernas?! Desse tipo que você não pode levantar a mão, que ele já se esquiva achando que vai apanhar.Sempre acuado. Aí um dia você passa apressado pro trabalho ou faculdade, vê aquele vira-lata que não é feio mas que está muito maltratado, decide dar-lhe 5 minutos do seu tempo. Estende a mão, ele pensa que você vai bater e se afasta com medo. Você tenta novamente, assovia, sorri, ele se aproxima desconfiado, cheira suas pernas, levanta o focinho para olhar você no rosto, começa a balançar o rabinho, feliz por alguém ter notado. Ele agora está saltitante, lambe a ponta dos seus dedos. Mas você está atrasado, tem que voltar para os seus afazeres. Você se vira e segue seu caminho. Mas o vira-lata está feliz por ter recebido atenção. Ele acha que você vai leva-lo pra casa e começa a segui-lo. Você bate o pé e manda ele se afastar. Ele pensa agora que você só quer brincar, ele já viu os humanos fazerem isso com aqueles poodles bonitos na praça. Ele abana o rabo mais feliz e saltitante ainda. Agora você está muito atrasado para suas tarefas e o vira-lata não para de te seguir. Querendo mais atenção, querendo carinho. Você quer deixar claro que não vai levar o pirento pra casa, foi só um rápido afago, nada mais. Ele tem que entender o lugar dele. Você grita, você bate o pé mas ele ainda está abanando o rabo pra você. Aí você levanta a mão pra bater. Ele já passou por isso várias vezes, sabe como dói, se assusta e sai correndo entre os carros, tomando outro rumo. O vira-lata nem era tão feio, mas era dócil e afinal ele preenchia o pouco tempo-livre que você tinha no caminho de casa para o trabalho ou faculdade. Mas ele nunca mais apareceu. Não adianta mais assoviar,chamar, ligar várias vezes ao dia, nem mandar sms falando de saudade. O cachorro vira-lata não vai mais atender os seus chamados. Ele tá vagando por aí pensando que se não merece ter um dono, pelo menos também não merece ser maltratado. Pra bom entendedor, meia historinha basta.(T.S)