Fé no que virá...

Penso, logo não durmo. Esta é a máxima que melhor traduziria meus últimos dias de 2012. Sabe... refletindo por estes dias, percebi o quanto o ano que vai passar foi difícil pra mim. Tive sim, grandes conquistas: conheci países da América Latina, fui chamada em um concurso público para nível superior ( numa época em que eu estava em pleno desespero por dinheiro), conheci uma pessoa maravilhosa, passei a morar sozinha num canto que é meu, enfim...foram realmente grandes conquistas. Mas não, não foi um ano bom, porque as perdas também foram muito significativas: perdi algo muito muito especial pra mim, também conheci pessoas que gostaria que nunca tivessem cruzado meu caminho, descobri problemas no ovário e no útero que me dificultam uma gravidez (que sempre foi um sonho pra mim ).... Em alguns momentos durante este ano (dois pelo menos) eu me desesperei, perdi a cabeça, quis desistir de tudo, chorei, fui ao chão, cansada, implorando para que Deus tivesse piedade de mim e me permitisse voltar para casa, ao seu Lado, pois meu fardo aqui não era suportável. Sentia-me (e ainda me sinto) muito sozinha mas aprendi uma lição cedo, embora nem sempre eu consiga pratica-la: Não importando o tamanho da sua dor ou do seu sofrimento, JAMAIS permita que terceiros percebam. Aprendi a NUNCA compartilhar fracassos,e EVITAR a todo custo pedir ajuda para curar dores emocionais ou de feridas que não sejam claramente visíveis, pois pessoas não gostam de pessoas fracas. Tive depressão, fui tratada com medicamentos(algo que nunca compartilhei com minha família, apenas amigos mais próximos sabiam, pois sei que minha mãe precisa da minha força mas do que eu mesmo preciso), pensei em suicídio muitas e muitas vezes. Mas em todas as vezes que pedi ajuda, foi quando notei que fiquei mais isolada. Dói assumir mas a verdade é que ninguém quer ter perto de si uma pessoa pronta a desmoronar a qualquer momento. Alguém que não vê perspectiva na vida e não tem boas ideias quanto ao futuro da humanidade, e não tem a menor vontade de estar viva. É difícil assumir mas é isso. Não sei exatamente se meu problemas com depressão foram devidos a problemas hormonais ou se meus problemas hormonais causaram uma depressão ( o que foi causa e efeito), mas não me envergonho de falar disso. Pelo menos não virtualmente, e quem sabe expor meus problemas para que pessoas que vivam situações semelhantes possam expor sua dor da mesma maneira. Odeio esta minha maneira de racionalizar tudo, odeio minhas vãs tentativas de equalizar meus sentimentos, odeio a forma que meus problemas me tiram o sono, odeio não conseguir me erguer da cama em alguns dias, odeio ter lido aquelas histórias de mocinhas que são salvas pelo super-herói (e ter acreditado nelas!) odeio fraquejar, odeio pedir ajuda, pois eu sei que isso, na verdade, não me ajuda em nada e ainda me expõe ao ridículo a quem estaria do meu lado se pensasse que eu sou forte o suficiente para aguentar qualquer fardo. Enganam-se! E odeio principalmente decepcionar quem espera isso de mim. Aí, as vezes, no fundo do poço e sozinha, eu vejo que ficar jogada na lama, não me adianta, e Deus não vai ouvir minhas preces para me levar, pois existe uma grande diferença entre querer e merecer. E quase posso escuta-Lo dizendo: "garota, deixa de tolice, levante-se que eu sou justo e não dou fardo mais pesado do que alguém pode suportar." Então eu percebo que não importa o tamanho da minha dor, cair e me queixar não vai fazer passar, e ninguém vai ter dó ou me estender a mão, muito pelo contrário: se puderem, ainda usarão sua cabeça como escada e sua situação virará piada a ser contada em roda de amigos. E isso me dá raiva e da raiva eu tiro força pra me reerguer. Então eu levanto e recomeço minhas atividades, novamente sozinha, porque ao lado de quem desmorona ninguém quer ficar. Aí recomeço meu ciclo de dor, raiva e força. Que venha 2013 e que eu aprenda a reclamar menos e a agradecer mais, pois apesar de tudo, eu reconheço minha ingratidão por tudo que tenho e ainda assim não conseguir ser feliz e plenamente forte. E isso contradiz tudo o que eu espero que eu seja e não sou. 

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