Solidão acompanhada
A solidão acompanhada é mais dolorida que a solidão que se sofre só. Estar com alguém e não sentir esse alguém com você mesmo quando se tem um relacionamento com essa pessoa em questão, é sofrido, uma espécie de masoquismo não consentido,um inferno, uma tortura (in)voluntária. As vezes solidão dói, as vezes só nos moldamos a ela e você se acostuma com sua presença, ou ela se molda a você. Mas aquela solidão que sofremos quando estamos com alguém, esta é rígida, sem maleabilidade, não se molda ou ajusta à você nem você a ela. Simplesmente nos marca, nos fere e deixa chagas tão profundas que custam a cicatrizar, tomam teu tempo numa auto-análise profundamente reflexiva mesmo depois que a pessoa sai de nossa vida. Ela deixa medo...traumatiza. Mesmo quando achamos que podemos recomeçar, imaginar a menor probabilidade de falhar novamente e a velha,dolorosa e apegada solidão acompanhada voltar a nos assombrar, apavora e nos faz entrar em pânico (a mim faz). Essa solidão acompanhada é como um peso que faz mal mas vicia e habitua, e mesmo com a consciência disso, não é fácil abrir mão. É como um dependente de drogas, que nunca mais pode voltar a ter contato com aquela substância mesmo que em quantidades moderadas, pois existe a possibilidade de se perder o controle mais uma vez.
Ainda lembro da dor dela e quando comparo com a solidão de hoje, acho a atual um dor bem mais confortável, menos dolorosa e muito mais tolerável. Diz o dito popular que a vida é uma comédia para os que pensam e uma tragédia para os que sentem, eu acho que como comédia é de um humor negro incomensurável e de muito mau-gosto.
Numa análise comparativa, racionalmente, dos males eu escolho o menor. E se a escolha for a errada, ela é minha e o peso é só meu. Difícil mesmo é quando a decisão envolve terceiros, dividi-se o bônus mas não se reparte o ônus. Se for pra me sentir sozinha, é preferível ser sozinha realmente estando sozinha. Então ninguém pode nos acusar de acometidos por loucura ou insanidade, por não entender os motivos. A verdade é que quando vejo pessoas presas a relacionamentos de solidão acompanhada, eu tenho pena apenas por lembrar da dor que se sente, e agradeço por minha solidão ser realmente solitária.
E este caminho que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir
Por não ter onde ir
Controlando a minha maluquez
Misturada com minha lucidez
Maluco Beleza - Raul Seixas.
Olá Tatiana, você realmente está certa, já sofri as duas situações, uma por opção a outra pq gerou terceiro e eu estou no meu limite de tolerar isso.Para mim, se for para estar só e para esta de verdade sem alguem dividindo sua casa sua cama sem estar nela,e pelo que já ví serei eu novamente a dar um basta nisso.Não sei como existem homens que não tomão nenhuma atitude quando estão infelizes e pior,e pior deixão tudo apatico triste sem humor ao seu redor, se acomodão e quando a mulher toma a atitude de separar-se, e porque e incompreensível, egoista,e etc ... Acho que estamos nesse mundo para sermos felizes e fazermos os outros felizes, mas, se isso não acontece pq perder tempo,pq e inpatar a vida do outro.Geralmente ao fim de um relacionamento dou um tempo para mim mesma para refletir mudar o comportamento se for o caso,posso ficar so e conviver bém com a solidão,só não posso ficar infeliz acompanhada e 3x mais solitária com alguem. beijos
ResponderExcluirOlá anônimo, sinto realmente pela sua situação, pois ainda me lembro de como essa dor incomoda. É um mal crônico. Espero que tomes a decisão certa, mas não esqueça que antes de medidas drásticas você pode tentar métodos menos invasivos como uma conversa franca e honesta, falando de como se sente a respeito com seu parceiro. Espero que reflita e tome a decisão correta. Abs.
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