Amar é...

Certa vez uma amizade colorida me disse que não sou carinhosa, e não foi o primeiro. Talvez eu não seja mesma, prefiro ser prática. Carinho é bom, mas não sustenta um relacionamento, nem uma vida. Prefiro a praticidade dos "carinhos" de quem mostra que gosta com atitudes do dia-a-dia: preparando o café da manhã, passando (ou tentando passar rs*) aquela blusa que o parceiro tanto gostar de usar, levando aquela roupa favorita à costureira porque observou que outro ainda não teve tempo.... E se o relacionamento já for longo e estável, dividindo as contas, preocupações financeiras, conversando, ajudando com os filhos.... Isso é carinho, isso é demonstrar que gosta. O que não falta por aí  são pessoas que gostam de dizer que amam, tem a voz adocicada, as mãos ágeis para afagos mas o amor morre por aí e fica só nas palavras e alguns carinhos de cachorrinho (coçando atras da orelha). 

Um PARCEIRO ao lado é bom, e não precisa ser um macaco (grosseiro), nem um gato(meloso) para ficar  ronronando e  derretido em carinhos o tempo todo. Apenas seja um homem no sentido amplo e estrito da palavra: íntegro, que assume as suas responsabilidades, que saiba pedir desculpas quando for necessário e longe de querer que ele adivinhe pensamentos quero apenas que observe os detalhes.Uma mulher deve ser entendida pelas notas de rodapé e a maioria dos homens pula essa parte porque a leitura é cansativa. Não precisa dizer com palavras vomitadas todo o dia que ama ou que gosta, nem com abraços ou afagos (que a propósito me sufocam) mas com pequenas atitudes.
Num exercício de observação, eu ouço muito as pessoas dizerem "gosto de você" ou "te amo" e penso muita vezes que aqueles indivíduos não tem a menor noção ou ideia do que estão falando. Talvez eu não tenha enjoado de palavras doces, acho que simplesmente NUNCA simpatizei com elas. Mesmo numa amizade, demostrar que se gosta é ajudar quando o outro precisa e são as preocupações da amiga passarem a ser as suas também. O grande impasse pra mim hoje, é que o que eu considero certo no exercício de amar não é o senso comum, e isso torna tudo muito mais difícil de explicar e também de entender. Não é uma defesa ou justificativa mas eu sei ser carinhosa se for preciso,embora eu prefira o sentido prático da palavra. Se eu quisesse apenas sentir o toque da mão de alguém, pagaria um massagista pra resolver meu problema. A verdade é que eu preciso de mais que isso, bem mais...