Diário Proibido

Há algum tempo que não via um filme tão simples abordando o sexo como tema principal de uma maneira tão responsável e filosófica quanto no "Diário Proibido". O longa conta a história real de Valérie ( interpretada por Belén Fabra), uma mulher de 30 anos, com uma boa formação, independente, solitária, que adora sexo e por isso começa a se sentir diferente das outras mulheres e com medo de nunca conseguir se enquadrar no estilo de vida "marido-família". Olhando simplesmente para o título (e também o cartaz), pode parecer um pornô disfarçado, mas não é. Infelizmente, ainda vivemos numa sociedade machista, preconceituosa e cheia de tabus, o que faz Val sentir toda essa desigualdade, na qual um homem que transa com todas as mulheres é um orgulhoso “garanhão”, ao tempo em que se uma mulher tem relações com diversos homens é tida como uma “vagabunda”, como se fosse obrigada a ser uma eterna submissa. Em geral, primeiro leio os livros para depois assistir ao filme (acho que é a ordem correta) mas nesse caso, quando assisti a esse filme eu ainda não sabia que era baseado num livro, a autobiografia de Valérie Tasso em "Diário de uma Ninfomaníaca." Claro que agora me sinto quase que obrigada lê-lo. Mas achei muito legal a sensibilidade do diretor Christian Molina ao abordar esse tema. Apesar de ter exagerado um pouco na dramaticidade, o diretor acertou em não vulgarizar, e soube conduzir essa sincera história num drama erótico sobre os conflitos femininos, sua sexualidade e a luta para renovar os seus sentimentos numa expressão de valorização da vida. É um filme muito mais inteligente e profundo que o Doce Veneno do Escorpião, e retrata de forma muito sensível e responsável a mulher moderna que não tem medo de se conhecer e busca aproveitar a vida em todas as suas mais variadas possibilidades. Gostei e Recomendo.


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