Radicalizando nas Alturas


Reportagem no Jornal Diário do Pará em 10/07/2011 (edição nº9957 - caderno "Revista") sobre a prática de esportes radicais no Pará, e não é só porque eu sou a menina da foto ou a entrevistada mas a reportagem ficou bem legal mesmo, vale a pena conferir. Segue abaixo a reportagem de Thiago Freitas:

No dicionário o significado de Adrenalina é bem categórico: hormônio produzido pela parte modular das glândulas suprarrenais e que tem numerosos efeitos no organismo.Porém definir a real sensação desta emoção é uma missão quase impossível. E é exatamente através desta emoção que aventureiros de todas as idades saem em busca durante as férias. As opções são inúmeras e dos mais variados tipos, e a Revista Diário embarcou nesta aventura acompanhando uma equipe de corajosos que enfrentaram seus medos praticando rapel na alça viária.
A vista incrível da Alça Viária e o vento no rosto nos dão boas vindas para uma experiência indescritível. O instrutor Pinheiro Aventura alerta que o rapel é indicado para todas as idades e se faz necessária uma prescrição médica para pessoas que possuem problemas cardiácos." Já fazemos este trabalho há quase 8 anos e é uma ótima forma de superar seus próprios medos", analisa. A técnica é simples: a mão controla a corda e a gravidade auxilia na descida. A 45 metros de altura a vista encantadora compensa tudo.
Pinheiro Aventura, que é militar, garante que esta técnica é 100% segura com o auxílio de instrutor capacitado, e claro, sem abrir mão dos equipamentos de segurança como: cadeirinha,mosquetão,freio oito,luva, capacete e corda. Existem várias modalidades de rapel, ou seja, não se desce de um prédio do mesmo jeito que em uma cachoeira, por exemplo. Isso porque cada ambiente possui características distintas, que aumentam ou não as dificuldades técnicas, exigindo portanto conhecimentos específicos.

Superação dos medos
A aventura por si só já é inesquecível mas para Leila Hamel, 14 anos, o gostinho de compartilhar essa emoção com seu pai - Arno Hamel, 54 anos - é ainda melhor. "É nossa primeira vez fazendo rapel, sempre procuramos fazer coisas diferentes. A adrenalina é viciante e exatamente o que nos liga", revela a jovem acrescentando que durante uma viagem pela Europa eles foram em uma das maiores montanhas russas do mundo.
João Paulo Klautau, também de 14 anos e sua mãe Regina,48 anos são outros que deixaram o medo de lado. "Passar por essa experiência juntos só fortaleceu nossos laços", pontua Regina que não escondeu o receio ao ver seu filho descendo. "O impulso pra descer é a pior parte, é realmente aterrorizante. Porém quando estou descendo a sensação é de que posso tudo, quase um super-herói" brinca João Paulo.
A confiança era visível em Tatiane Sousa antes da descida. "Estou tranquila e sem medo", repetia, mas chegando na hora H, as coisas começaram a tomar rumos diferentes e o nervosismo se fez presente. "O medo é o que nos impulsiona e logo quando chegamos ao chão o sentimento é de superação é enorme", descreve a professora. Este não é o primeiro esporte radical que Tatiane pratica, que já praticou mergulho e voou de asa delta. "Agora em Julho vou saltar de paraquedas", avisa a professora.
A emoção, obviamente, é o maior atrativo para os praticantes que se apaixonam pelo rapel e a adrenalina se apresenta em situações novas e inesperadas. Quase 15 pessoas entre 14 e 60 anos faziam parte do grupo acompanhado pela Revista Diário, e cada um aproveitou de uma maneira diferente sua experiência, porém a sensação de liberdade era unânime em todos os discursos. Os sentimentos eram muitas vezes difíceis de ser nomeados, enquanto outro eram claramente percebidos. "São nessas oportunidades que percebemos que desperdiçamos nosso tempo com bobagens. Essa adrenalina nos faz sentir vivos", confessa Tatiane.Estar pendurado por uma corda em um lugar tão alto pode até assustar no começo. Mas depois, ninguém vai esquecer da aventura de praticar um esporte radical.

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