Refletindo...

Teve uma fase em minha vida em que achei que eu não sabia conversar, achava que o problema era esse e que se eu aprendesse a dizer o que queria de uma forma adequada, tudo melhoraria naturalmente. Decidi treinar, me disciplinei, e com muito esforço acho que consegui melhorar. Durante um tempo passei a achar que conversar resolvesse tudo, era a solução para todos os problemas da humanidade: da fome ao câncer, conversar ajudaria. Agora eu não tenho mais tanta certeza disso porque descobri que simplesmente não importa o quanto você queira se comunicar ou o quão desenvolvida seja esta qualidade em você ou no outro (isso aprendi pela observação), se não houver em igual medida a "vontade de conhecer" nas partes envolvidas nesse processo. Em outras palavras, não importa o quão habilidoso você seja em se expressar se o outro e/ou você mesmo, simplesmente não estiver disposto e aberto a ouvir. Aí comecei a observar que a maioria das pessoas não sabe ouvir. Gostam de falar de si, preferem dar conselhos prontos extraídos da sua própria experiência a procurar entender as variáveis envolvidas no problema alheio por ser mais fácil. Passei a me disciplinar em ouvir, ainda treino porque aprender a ouvir é muito mais difícil que aprender a falar. Mas então me dei conta de que são poucas as pessoas que já pensaram a respeito disso. E passei a me sentir como uma aluna sem muito estímulo para aprender, não importando mais quão eficiente seja quem queira me ensinar. Aprendendo uma língua morta sem ter companhia para treinar não é algo que muitos considerariam excitante. Agora eu passo mais tempo pensando a respeito do que realmente me dedicando a aprender, e ainda tô pensando...